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José Serra afasta a ajuda do prefeito ACM Neto nas eleições presidenciais de 2014

Postado Por: Igor Almeida As terça-feira, 29 de outubro de 2013 | 08:07

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Dando claros sinais de que está em busca de viabilizar o seu nome para 2014, embora o companheiro de partido, o senador Aécio Neves (PSDB), já esteja em pré-campanha, o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), diz que o martelo sobre o nome só vai ser batido depois de março. Numa análise sobre o possível cenário eleitoral, o tucano destaca a chance de o ex-presidente Lula ser o candidato do PT nas eleições. “Se o partido perceber que existe risco maior com a Dilma, não tenha dúvida que eles vão recorrer ao Lula, mesmo que ele não queira e a Dilma não queira”, diz Serra em entrevista para o jornal Tribuna da Bahia.
Apesar de frisar a confiança na unidade entre o PSDB, DEM e PMDB no pleito, Serra afirma que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), não será cabo eleitoral no ano que vem. “Prefeito tem que se preocupar com a administração do município”, manda recado. O ex-governador defende o nome do ex-prefeito de Mata de São, João Gualberto, como um nome de “talento” para a decisão do Palácio de Ondina.
Tribuna da Bahia – O senhor está em campanha pelo PSDB para 2014?
José Serra - Não. Não estou em campanha eleitoral, nem campanha para ninguém. Estou naquele trabalho permanente que é procurar entender as coisas que acontecem no Brasil e passar isso para as pessoas, inclusive apontar caminhos. Eleição a gente vai ver no ano que vem. Estou convencido de que a antecipação do processo eleitoral é um grande prejuízo para o País. A Dilma teve quatro anos de mandatos e passou dois anos perplexa com a herança do governo anterior do qual ela participou e dois anos fazendo campanha e isso cria uma situação inconveniente para o Brasil. Acho que tem tempo para mais adiante.
Tribuna da Bahia – Falou-se muito em sua mudança de partido. O que o levou ao movimento de permanecer no PSDB?
Serra - Não. Na verdade não foi um movimento. Eu simplesmente permaneci no PSDB. Não foi uma decisão. A decisão teria sido se fosse para sair, mas é o partido que eu fundei, sendo um dos fundadores, um dos redatores originais do seu programa, eu e o Fernando Henrique na época, enfim, toda a minha vida pública transcorreu no PSDB, e eu vou dá batalha pra o que eu quero para o Brasil dentro do partido.
Tribuna da Bahia – Diante disso, o senhor vai disputar a indicação do partido para ser candidato do partido em 2014 com o senador Aécio Neves?
Serra - Olha o que nós combinamos é que a decisão sobre candidatura só será tomada depois de março, então vamos aguardar até lá. Lá a gente vê.
Tribuna da Bahia – A respeito da pesquisa do Ibope, um dos cenários indica apenas o senhor no segundo turno. Isso obriga o PSDB a reavaliar a estratégia de colocar Aécio como candidato?
Serra - Pesquisa a essa altura é um retrato muito provisório do que pode acontecer no ano que vem. Tem muito tempo ainda para se chegar até lá. Acho que pesquisa é interessante olhar, se você me mostra uma pesquisa vou ficar curioso em olhar, mas acho que temos que dar tempo para que as coisas decantem, para que todo mundo seja mais conhecido e batalhar menos pela pesquisa e mais pela informação que a população brasileira precisa a respeito da natureza, da origem dos problemas que ela tem e como enfrentá-los.
Tribuna da Bahia – O senador Aécio Neves se coloca como candidato natural do PSDB à Presidência, no entanto ele tem conseguido encarnar a postura de principal opositor ao governo Dilma Rousseff. Como o senhor avalia essa questão?
Serra - Olha, a questão toda foi a antecipação do processo eleitoral. Falta um ano para a eleição. É muito difícil que alguém, independentemente de quem seja, consiga encarnar essa ou aquela alternativa. Ainda falta muito tempo pra isso. Não dá para avaliar a posição de nenhum dos pré-candidatos ou possíveis candidatos hoje em dia como reflexo daquilo que poderá acontecer mais adiante. Vai ter muito tempo para que todos se exponham e contribuam para o debate no Brasil e para firmar suas candidaturas.