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Casal é preso suspeito de faturar R$ 5 milhões com pirâmide no DF

Postado Por: Igor Almeida As quarta-feira, 19 de agosto de 2015 | 04:38

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A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um casal suspeito de arrecadar R$ 5 milhões em um esquema de pirâmide financeira. A dupla administrava uma empresa de fachada e prometia triplicar o valor aplicado pelas vítimas, mesmo sem apresentar qualquer documento. A polícia estima que mais de 500 pessoas podem ser sido lesadas pelo esquema.

A investigação durou cerca de um ano e meio, mas os policiais ainda não sabem há quanto tempo o golpe era aplicado. O casal foi preso na QND 7, em Taguatinga, cerca de 200 vítimas já tinham prestado depoimento.

“Sabemos de ‘clientes’ que colocaram R$ 330 mil na mão dos estelionatários, gente que vendeu imóvel para aplicar o dinheiro”, afirma o delegado-chefe da 21ª DP (Taguatinga), Alexandre Dias Nogueira. Funcionários públicos do GDF e do governo federal, dentistas, advogados e contadores estão entre as vítimas do golpe.

Além do DF, a polícia identificou clientes do esquema em Goiás e São Paulo. Outros dois suspeitos de elaborar a venda em pirâmide já foram identificados na capital paulista e têm mandado de prisão expedido.

Parte dos R$ 5 milhões recolhidos pelo casal foi investida em casas, terrenos e lotes no DF e em outras regiões do país. A Polícia Federal apura se houve evasão de divisas e já solicitou o bloqueio dos bens dos suspeitos.


A aplicação falsa era chamada Investidor World Corporation. Os suspeitos convocavam reuniões para apresentar o fundo, e exigiam comprovante de depósito dos clientes. Em troca, segundo o delegado, a empresa não oferecia nenhum contrato ou garantia. A suposta quadrilha chegou a atender em um escritório no edifício Taguatinga Trade Center, mas o espaço foi fechado.

Após a prisão, os suspeitos afirmaram à polícia que gerenciavam um fundo de investimentos, mas não confessaram nenhuma ação criminosa. O homem, de 53 anos, e a mulher, de 46 anos, são casados e tinham as mesmas funções no suposto golpe.

Eles reuniam as vítimas em pequenas reuniões, onde apresentavam o produto, forneciam as informações de depósito e estimulavam o convencimento de outros clientes. A Polícia Civil ainda não sabe se alguma vantagem era oferecida a quem “convocasse” mais pessoas.

Desconfiança
O delegado que coordenou a investigação diz que os clientes eram atraídos pela grande taxa de retorno oferecida. Por isso, aceitavam participar do investimento mesmo sem conferir a documentação ou pedir garantia.

“Eles ofereciam muito mais vantagens do que os bancos oficiais, de renome. A recomendação que a gente dá para as pessoas é não ter 'olho grande', sempre desconfiar de ofertas muito promissoras”, diz Nogueira. A venda de títulos e fundos de aplicação é regulada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Os dois suspeitos serão indiciados por formação de quadrilha e estelionato, e podem pegar até oito anos de prisão e multa. A Justiça do DF vai definir se eles responderão separadamente por cada vítima ou se os processos serão agrupados. (Informações G1)