1 -Fale
um pouco das suas conquistas nesse inicio de mandato ?
Tomando o papel central do vereador como o de Fiscal do Executivo
iniciamos o trabalho com a denúncia da TIP (Taxa para Iluminação Pública paga
pela comunidade) que estava sendo cobrada ilegalmente ao longo de um ano e após
a nossa denúncia foi abolida de vez das contas de energia das famílias
serra-pretenses. Outro ponto de destaque nesse primeiro ano foi a fiscalização
e denúncia de possíveis irregularidades na distribuição das cassas do Programa
Minha Casa, Minha Vida no Bravo e Ponto onde parentes de vereadores e
ex-vereadores podem ter sido beneficiados, caso que está sendo acompanhado pela
Polícia e Ministério Público Federal. O acompanhamento da ampliação do
Cemitério no Bravo também foi importante, pois ao que tudo indica, estava sendo
ampliado de maneira irregular e poderia colocar em risco a vida de dezenas de
famílias, já que o Ministério Público (MP) abriu Inquérito para acompanhamento
da regularidade ambiental e a Obra que já havia sido iniciada, parou. Outra
ação do MP após nossa atuação através de Representação foi o Inquérito Civil
para fiscalizar o ‘aterro sanitário’ que virou lixão em nosso município que ao
longo de anos tem recebido o lixo da Cidade de Anguera. Foram mais de oito representações
e denúncias junto ao MP sobre temas relevantes para a comunidade, como o
abandono do Loteamento Recanto da União e possíveis irregularidades
administrativa por parte do Executivo. Colocamos dois Projetos de Lei na
Câmara, um na área de educação e outro em defesa das mulheres vítimas de
violência, sendo que os dois projetos não foram trazidos pelo Presidente da
Câmara para serem avaliados e votados pelos vereadores, numa atitude típica de
retaliação. O Mandato ainda visitou várias obras em andamento ou paradas no
município, escolas e esteve auxiliando o Estado (Secretaria de Infraestrutura)
na implantação da telefonia móvel nos Distritos de Ponto e Bravo (infelizmente
o Bravo não foi atendido como gostaríamos). Finalizo destacando a luta pela seriedade
no Legislativo, pela imparcialidade nas atitudes e transparência na atuação.
2 –
Como você avalia o governo “Um novo tempo” ?
Medíocre. Se compararmos o nosso município com alguns outros municípios
próximos já se percebe o déficit em Serra Preta. O atual Governo tem sido muito
omisso nas questões centrais para o desenvolvimento de nossa cidade. Na área do
esporte, geração de emprego e renda, assistência social, cultura, lazer,
saneamento básico, administração urbana, auxílio às associações e agricultura
familiar, o que temos visto é um completo abandono. A folha de pagamento dos
servidores públicos inchada e com pessoas que não dão um prego num mamão revela
a ineficiência da gestão e a velha política do clientelismo onde famílias
inteiras são beneficiadas pelos recursos públicos. As obras com as poucas
empresas que sempre vencem as licitações mostram que se não há favorecimento, existe
no mínimo omissão nos princípios da gestão pública causando um derrame de
dinheiro público desnecessário. A atual escola política que vem administrando
Serra Preta não traz um modelo de gestão que promova desenvolvimento social e
avanços estruturais que tragam vantagens reais para nossa comunidade, pois é
inadmissível a Prefeitura não ter um Galpão para abrigar uma fábrica ou uma
cooperativa, por exemplo. O que temos visto são apenas ações do Governo
Estadual e principalmente do Governo Federal que são comuns aos outros
municípios de baixa renda Brasil à fora. Os gastos mais expressivos feitos com
recursos próprios tem sido em festas de largo somando o montante de mais de
meio milhão de reais que precisam de um melhor acompanhamento e fiscalização.
Por fim, os dois Projetos de Lei visando financiamento/empréstimo da Prefeitura
que somam praticamente 1,7 milhões de reais que foram votados e aprovados
irregularmente na Câmara traz incertezas de como esses recursos serão
utilizados futuramente, causando desconfianças e material para mais
fiscalização. Logo, “um novo tempo” de velhas práticas.
3 –
Você se considera o único vereador de Oposição ?
Não me considero o único vereador da oposição, pois tenho um parceiro e
o respeito. Tenho minha forma de lidar com a política e com o papel de vereador
o que não agrada aos amantes do jogo político perverso. Oposição ou não,
entendo que precisamos ser verdadeiros e justos em nossas ações como agentes
públicos, escolhidos pelo povo para atuar na função extremamente urgente de
frear a desgraça da corrupção política. Deveríamos colocar essa função acima de
nossos interesses partidários ou pessoais, mas não é isso que tem acontecido no
mundo político em geral.
4 –
Comenta-se o seu nome para prefeito em 2016, o que você tem a dizer ?
Acho muito difícil receber apoio de grupos políticos, uma vez que a
maioria deles visa apenas se beneficiar com as tetas da vaca leiteira. Vejo
muitas articulações e pouca preocupação com a estrutura social, política e
econômica da cidade. São como aves de rapina. A gestão pública séria é assunto
para poucos, não me rebaixaria, em nome de Jesus, em ser candidato a qualquer
cargo eletivo para reproduzir a mesmice e mediocridade. Tenho por excelência
como carro chefe em minha vida o Ministério Pastoral, por isso o meu tempo
presente não contempla meu futuro político. Mas, lutarei com todas as minhas
forças para promover uma nova visão comunitária em relação à gestão pública
para que haja mais justiça e interesse pelo desenvolvimento sustentável municipal,
onde os gestores municipais sejam vistos como empregados do povo para assuntos
coletivos e não particulares.